Quem sou eu

Minha foto
PSICÓLOGA: Atendimento Clínico: CRP04\37454 Contato: 31-84350101\ 31-25144487 - e-mail: diana.pires.psi@gmail.com

sexta-feira

A fórmula básica da terapia cognitiva


A principal característica da Terapia Cognitiva é a importância que ela dá ao pensamento, que tem relação com as emoções, o comportamento e a situação vivida. Pensamos de acordo com o que acreditamos e essa maneira bem individual de pensamento é chamada na terapia cognitiva de crença, sendo aquilo que temos como verdades em relação a nós mesmos, ao outro e ao mundo. 
Muitas pessoas não acreditam no poder que os pensamentos têm em nossas vidas e principalmente nos nossos problemas. Tentam encontrar muitas explicações para o sofrimento e nem acreditam que seus processos cognitivos podem ter influência nisso. Isso porque, o pensamento ocorre tão rapidamente que nem se percebe o que se passa na cabeça durante uma situação. Tudo o que percebem é a situação em si e a resposta emocional ou comportamental que dela ocorre. Consideram que, respostas emocionais e comportamentais seriam causadas pelo ambiente. Resumida em uma fórmula a seguir:
A= representa o evento causador, a situação na qual a pessoa se encontra, um estímulo ou qualquer coisa que dê início ao processo de reação
C= representa a resposta, tanto emocional ou comportamental

Ex: A= Juliana liga para seu marido, várias vezes, e ele não atende o telefone
      C= Tem uma crise de ansiedade
                            
                                 A ---------------------> C


O que a terapia cognitiva tenta explicar é que, para toda situação, temos um pensamento que irá avaliá-la de acordo com nossas crenças, verdades criadas através das experiências já vividas. E essas verdades irão interpretar a situação apresentada e assim dar uma resposta. Por isso um mesmo evento pode ter diferentes respostas, pois cada pessoa tem uma maneria específica de processar, interpretar a situação.
Portanto uma nova fórmula pode ser apresentada, como:
B= representa as crenças, pensamentos, percepções, conclusões e interpretações. Representa nosso cérebro: como ele processa a informação vinda de A e organiza em padrões, esquemas, histórias e experiências. Quase todas as nossas emoções podem ser entendidas a partir dessa fórmula:

                   A ------------------> B ------------------> C

Ex:  A= Juliana liga para seu marido, várias vezes, e ele não atende o telefone
       B= Pensa que está sendo traída
       C= Tem uma crise se ansiedade      C2= Briga com o namorado 


Na terapia cognitiva, o objetivo é reconhecer crenças que podem ser disfuncionais com a realidade da pessoa, fazendo com que ela sofra em determinadas situações. Ao reconhecer esses pensamentos, o próximo passo é tentar modificá-los de uma maneira mais racional e próxima à realidade. Ao alterar o pensamento, muda-se a emoção causada pela situação e consequentemente o comportamento da pessoa. Nesse exemplo apresentado, Juliana pode ter uma crença de que as pessoas não são confiáveis. Então, logo pensa que está sendo traída. Se ela passasse a pensar que algo poderia ter acontecido com o namorado, por exemplo, o telefone estava no silencioso, ou ele estava em alguma reunião, ela certamente teria outra atitude que não brigar com o namorado e nem se sentir ansiosa.

É importante lembrar que cada situação é bem analisada de acordo com a história da pessoa. E o exemplo usado é uma pequena demonstração da fórmula básica da terapia cognitiva. Isso é apenas uma demonstração de que as crenças provocam emoções e que mudando as crenças mudam-se as emoções e as atitudes.
O que a terapia tenta explicar é que existem maneiras alternativas de ver uma mesma situação, porém que muitas pessoas se prendem às suas crenças e distorcem a realidade vivida causando prejuízos e sofrimentos.
Também, na terapia, a pessoa aprende a reconhecer situações que desencadeiam os pensamentos disfuncionais, podendo mudar sua maneira de pensar, tornando-se mais preparada para suas dificuldades e criando habilidades de lidar com elas até que essas crenças se tornem mais adaptativas. É por isso que a terapia cognitiva também é educativa, a pessoa leva isso por toda sua vida.

Fonte: BECK, J. A Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2002.
McMULLIN, Rian E. Manual de Técnicas em Terapia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2005.



Nenhum comentário:

Postar um comentário